Fechar os olhos ao presente. Fechar as chances de sorrir, por agora, e guardá-las para depois, riscar desde já da lista a hipótese de agir. A mim, o que me incomoda é a lentidão acelerada dos dias, o vagar descontrolado que transforma a vida em pedaços que nunca conseguimos juntar num todo; a dureza de ser, a certeza de um passado que não volta e de um futuro que terá de vir - é o que me provoca a agonia que me exausta. Antes as noites, antes sonhar, antes pelo menos não dar por nada, mesmo com a desilusão de abrir os olhos e ver que tudo continua igual...
Não é preciso correr pelas horas para que elas doam, não é preciso sonhar mais alto para que cada queda magoe o peito - basta fingir, basta saber que o mundo não é diferente e, mesmo assim, continuar a fingir, basta-me saber que hoje já não és o anjo que talvez nunca tenhas sido.
O que não me basta, o que nunca foi suficiente, é caminhar, escondida, à espera que alguém me aponte o caminho de volta para a paz que nunca tive, para o todo que nunca fui - e é tudo o que faço.
4 comentários:
Essa paz vais encontrar onde talvez menos esperas...Dentro de ti mesma, no Todo que És. Bejus Catarina Inês ;)
"Se eu não for por mim,
quem o será?
Mas se eu for só por mim,
que serei eu?
E senão agora,
quando?"
Sim, na prática é diferente.
Mas não estás sozinha, e não és a única neste mundo. Qualquer dia, vamos tomar uns copos - de água ;)
Escreves muito bem.
Obrigado por trazer esse angel outside.
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