Aonde tu foste, eu já lá estive. Lá ao fundo onde as palavras custam a sair, aonde as palavras roçam nas paredes de um mal estar suave mas persistente. Eu já lá tinha estado e conhecia a paisagem. Deixei-te demorar um tempo que te pareceu demasiado longo, com a tristeza a arrepiar-te a pele como se um vento fino te percoresse sem pudor a tez desnuda. Tu aflita por encontrares as palavras que enxaguassem a dor húmida nos meus olhos. Mas eu era um poço demasiado fundo onde o eco dos teus desejos não podia atingir. Mas eu já lá tinha estado, nesse local de feridas em que te encontravas agora, nesse local árido e sem esperança. Parecias perder as forças, branca e quase vazia, quando te dei a mão, mesmo que nunca tivesses encontrado as palavras certas para o termo desculpa.
1 comentário:
A dor é uma terapia de crescimento. Sim. Castigo!
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