Eras tu que me guiavas pelo estreito e sinuoso mapa do teu corpo. Os lábios de algodão mordiscavam ordens que eu a gosto cumpria. Ferias-me a alma com a cor verde dos teus olhos. Não era o quanto eu te amava que questionavas, era o amor que ainda viria que nos fazia sofrer. O amor que viria embrulhado no coração da alma, o amor que fariámos aproveitando a ternura dos nossos corpo entrelaçados. Tudo podia acontecer naquele momento. Os teus olhos verdes e cristalinos como uma paisagem grandiosa que eu tentava perceber, os meus olhos persseguiam a tua mente pelo canal aberto na iris escura, expandida na aurora de um dia frio de sol. E quanto mais perto dos teus olhos, quanto mais perto da tua vida, quase tão perto do teu verdadeiro ser, quanto mais perto estava de te sentir, mais sentia o teu corpo esfriar. E se não era o teu corpo que esfriava, era o frio que se instalava entre os lençois, entre os nossos corpos que se afastavam. Tudo tão subtil como o prazer fugaz do teus lábios mordiscados em dor. Estivemos pertos do amor, digo-te eu, e não foram os nossos corpos que fugiram. Ficou tudo no silêncio dos teus lábios de algodão.
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