26.6.05

Quero que saibas que a tua voz ainda me percorre os sentidos, que o teu riso ainda ecoa no meu rosto e as tuas mãos continuam com as palavras que me deixaste no peito. Ainda é contigo que sonho, mesmo sem saber fazê-lo e, apesar de já não haver magia quando as estrelas sobem, ainda te ouço a escolheres uma a dedo para lhe dares o meu nome.
E a vida passa por nós como sempre passou, o tempo com a pressa de quem não espera por ninguém, as lições que decorei ainda sempre a meu lado, previste os meus dias já vazios das tuas mãos e acertaste - o meu sorriso desvanece-se sob o mesmo céu, a mesma música de sempre no silêncio das noites, os meus braços ainda vazios de ti.
E tu tinhas razão, um momento é tudo o que preciso, um sorriso sem nada por trás e a magia das estrelas de volta... porque as palavras já não chegam, a magia é-me urgente, porque os teus passos já não são seguidos dos meus, porque já ninguém ouve comigo a música no silêncio das noites e eu não posso esperar para ver quem vai estender-me a mão quando eu voltar a cair. E porque tu ficaste em mais do que as minhas mãos, ficaste nas folhas em que tentavas desenhar o que íamos ser um dia, ficaste nos dias em que o teu riso ainda se perde, ficaste nas noites em que um segredo marcava o momento em que te encontrava, nas horas que passámos a ouvir a magia que só nós percebíamos no luar. E nos Outonos em que as folhas caíam e o vento não nos trazia mais do que a melodia que ambos vamos fingir que esquecemos. E quero que saibas que é só isso que vou fazer enquanto me for possível, fingir que também a tua voz foi levada pelo tempo, que as tuas mãos já não me tocam o rosto e que acredito que as estrelas vão voltar a subir com a mesma magia de antes, a magia de quando ainda não havia lições decoradas nem músicas para escutar no silêncio das noites em que ficaste.
*
Para ti.... porque a magia das noites perdeu-se contigo.

15.6.05

O teu nome já me sai dos lábios com a calma de um sorriso e a vontade de decorar o teu rosto não me larga...

2.6.05

O teu sorriso gelou-me na face antes que eu pudesse mover um dedo a favor do vento que se arrastou por nós, nessa noite. Sussurraste-me, sem querer, outra lição decorada à força - aquela que o tempo traz numa canção e que diz que tanto o vento como as palavras são muito mais fortes do que queremos acreditar, aquela que desespera porque é inútil tentar o silêncio ou a paz que só por segundos me roçam o rosto.
Foram muitas as nossas lições e demasiado o tempo para as aprender. Foram muitas as vezes em que o chão me fugiu de debaixo dos pés sem que a tua mão estivesse lá para me agarrar, mas, no final, ficaram as lições - não vale a pena procurar o céu quando os pés não saem do chão, não vale a pena um sorriso com tudo o que ele esconde por trás, não valem a pena as palavras que guardam, por vezes, muito mais do que dizem.
Foi urgente, para mim, tomar-te como anjo que sempre quis crer que fosses. Foi-me muito mais urgente do que procurar o que os teus sorrisos tinham por trás, o que as tuas palavras não me diziam. Foi tão urgente que o tempo passou por nós e ficaram-nos as lições que me segredavas ao ouvido, enquanto eu desfiava os sorrisos que ainda guardava para nós, sem saber que não se toca o céu com os pés ainda no chão. Se o tempo tem vantagens, as lições são uma delas, mesmo decoradas à força nas noites em que o vento se arrasta por um passado que durou tempo demais, por um futuro que nunca chega como esperado, mesmo decoradas numa noite em que o teu sorriso me gela na face e eu não posso sequer mover um dedo.

In dreams

In dreams, in dreams, in my dreams. Sneaky light sneaking under my door, under my dreams. Playing tricks of light, playing in my head. Where I fade my eyes, where I blunt my sight. In this land of illusion, a land of make believe where I blush my face. In dreams, in this dreams I veil the long night you smile the aroused lips, arouse the dreams that blunt my face. You youthfully in your joy, you the entretainment of my sight.