29.6.09

Os meus dias foram teus. Apareceste com o vagar de outro dia qualquer, tocaste-me o rosto, duas palavras e tudo mudou. São para ti estas linhas que escrevo, amor. Dava tudo para não deixar de te escrever. Mas agora que as canções nos teus olhos silenciaram, resta-me pouco mais do que palavras perdidas no papel. Dava tudo para não deixar de te ouvir. Dizias-me tanto sem palavras, a noite caía e eu também no teu abraço, a cabeça no teu peito e a mão enroscada na tua, quando é que o tempo deixou de parar para nós? Tento escrever-te mas já não me sais do peito como antes, as palavras não costumavam chegar, perdeste-me e eu perdi-nos, como gostava de nos achar... Dava tudo para te reencontrar. Para que as palavras não chegassem. Para que voltasse a sair luz do teu rosto e canções do teu olhar. Para que as recordações não me apertassem o peito. Para voltarem os beijos à chuva... Para me fazeres voar. Já não sei o que dizer, amor. Perderam-se as palavras. Calaram-se as canções. E eu sei que, ainda assim, a tua ausência vai ser sentida como nenhuma outra, vou desejar para sempre as tuas mãos no meu rosto, a tua boca, o teu olhar. A tua luz, a tua voz. Dava tudo para não me esquecer de nós...

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