28.3.08

Com a força de cem beijos à chuva.

Amei-te com a força de cem beijos à chuva. Ainda me custa soltar as palavras que para ti nunca foram suficientes, deixaste um espaço em branco que palavra nenhuma pode ocupar. Que vou dizer-te, que tenho saudades tuas? Saudade é só uma palavra. Que hei-de esquecer-te? Antes lembrar-te... Prefiro lembrar-te. Prefiro trazer um pouco do que me davas a cada dia, e lembrar-te - lembrar-nos. Recordar a tua paz, a calma com que revestias os gestos, eu era capaz de te observar durante horas, admirava-te o sorriso e o olhar e a simplicidade que te traçava o rosto, não me esqueço de um só minuto corrido ao teu lado, ainda te guardo os lábios de encontro à minha face... O poder com que me tocavas sem sequer me tocares. E hoje, que a tua força já não me aquece os braços, que a tua voz já não me toca o coração, a tua ausência marca o tempo e a diferença de não estares. Como dizer-te que te amei, como mostrar-te que foste muito mais do que tudo até agora? Como tocar-te o rosto se a tua ausência me atou as mãos? Fazes-me falta aos dias, é muito mais do que saudades, tu não tiveste outra opção senão partir... Eu bem disse que não queria mais histórias de amor. Mas tu chegaste e nem me deste tempo para pensar, entraste-me pelo peito adentro e, agora, a vida é mais vazia do que tu a encontraste. Mil palavras na minha cabeça e nenhuma me chega para nos contar. Amei-te com a força de cem beijos à chuva... Amei-te cada traço, cada contorno, cada segundo, cada minuto da tua pele cujo cheiro ainda guardo. O teu riso ainda flutua nas minhas horas perdidas, ainda o teu rosto quando fecho os olhos, ainda e para sempre o calor do teu abraço, o conforto que era a minha cabeça no teu peito. As horas arrastam-se agora pelos dias, deixei de saber gerir o tempo no momento em que levaste contigo os nossos instantes, fazes-me falta em cada lugar que partilhámos, em cada plano que ficou por concretizar... Eras tudo. Amo-te, ainda... com a força de cem beijos à chuva.

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