31.3.08

Mil segredos.

Trago-te no bolso mil segredos. Lembras-te de quando me levavas a voar? Tenho ainda na memória tudo o que me disseste ao ouvido, o sorriso que nem sequer tentei esquecer - o teu sorriso. Ainda tudo no meu peito, cada minuto de cada dia, cada promessa que soltámos, cada noite que voava quando estava nos teus braços. O tempo que nos surpreendeu, contra tudo o que conhecíamos, afinal vinte e quatro horas pareciam-nos vinte e quatro minutos, vinte e quatro dias quando a distância nos separava. Trago-te no bolso muito mais do que saudades. Tu fazias-me sonhar como eu nunca tinha sabido. O meu destino nas tuas mãos, lançavas os dados e eu tropeçava nas consequências da tua sorte - eu esperava que nos calhasse seis. Eu esperava a eternidade, mesmo com os mil segredos por contar, tu ias fazer-me falta como nada até ali o tinha feito, e estava certa. Por dentro, a minha cabeça continua no teu peito, o teu sorriso, tão aberto como antes, o teu olhar ainda colado ao meu rosto... as palavras a sairem-te dos lábios e do fundo da sinceridade. Éramos almas gémeas, tenho a certeza - mas os dados não jogaram a meu favor. Um dia destes, peço-te que os voltes a lançar. E se o resultado não for bom, já sabes - troco um bolso de segredos por outra mão cheia de sonhos. Como da primeira vez, vai valer a pena.

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