3.10.04

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Já não sei que sonhos me animam as noites, que manhãs me iluminam o céu. Descem-me nas janelas mágoas que devia perder, a chuva embala-me na minha sombra e eu não esqueço tudo o que sei. E devia.
Vou passando pelos dias de mãos dadas com não sei que Deus que me acolheu. O fantasma da minha dor fica no céu e não me deixa. Eu, já não sonho. Espreito pela nesga do cortinado as poças de água que me sobram da dor. À noite, tudo será melhor. A Lua continua a balançar-me o peito que traz preso na face, a minha voz não se cala.
"O vento da noite gira no céu e canta." O vento da noite gira no céu e canta. E é tudo.
Quem me dera ser só.

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