15.4.08

Não sei porque ainda te penso. Não sei porque, de vez em quando, ainda recordo tudo o que tentei esquecer. Já passou mais de um ano, já não devias vaguear-me no pensamento, nem ecoar-me nos ouvidos, mas não me deixas em paz. Na verdade, há dias em que me passas tempo demais na cabeça. Sabes, apesar de não te querer pensar, há vezes em que quase sinto a falta dos tempos em que me desejavas. A improbabilidade de me quereres tornou tudo muito mais interessante, muito mais imprevisível, tornou-te muito mais difícil de resistir - e eu quase não te resisti. Foi por pouco que não cometi aquele que seria, provavelmente, um dos maiores erros da minha vida - cair-te nos braços. Fizeste-me roçar a insanidade de tanto que te pensei, de tanto que nos imaginei, de tanto que eu tremia quando te aproximavas de mim. Mentia se te dissesse que já não importas, se te jurasse que o teu toque já me é indiferente - passou mais de um ano, e continuas a exercer poder sobre mim. Angustias-me, acima de tudo. Com a ideia de tudo o que podíamos ter sido. Com as palavras manifestas de desejo que me dirigiste. Com os toques subtis e os olhares fatais. Como num romance erótico barato, mas um que nunca chegou a acontecer. Não me interpretes mal, ainda te odeio... mas às vezes custa-me não te desejar.
(Leio a má qualidade do que acabei de escrever. Fizeste-me deixar de escrever textos bonitos - é impossível que algo dirigido a ti me saia do coração. Fiz uma promessa, é tudo o que me importa. Estas palavras nunca me vão sair da boca, e as folhas em que escrevo, nunca as lerás. Tu hás-de sair-me do pensamento. Mas será que algum dia vou esquecer-te...?)

1 comentário:

Zek disse...

Cara, descobri o teu blog assim meio que por acaso enquanto pesquisava sobre sarcasmo ( post antigo seu.
Eu resolvi criar um blog no qual eu brinco com as palavras, sem a pretenção de fazer poesia.
Abs